terça-feira, 21 de agosto de 2012

Sonho - Frio Estrutural

Eu contaria meus sonhos mais recentes se... Se os mais atuais não fossem profundamente ligados a sentimentos depressivos, raiva e dor... Yeah, just to deal with that...

Mas há alguns de mensagens subliminares que apenas agora reconheço em alguns de meus sonhos de anos atrás mais marcantes...
Começou como se já estivesse na metade, nos momentos onde o suspense começava a cair por terra. Lá estava eu andando pelo pátio de uma escola que eu não estudava fazia tempos. O chão de concreto e os prédios frios pouco poderiam ser destacados pelo vazio cenário. Eu andei vagarosamente, sem perder de vista a saída com o portão de grade e as outras grades...
Crianças brincavam lá com extrema alegria, enquanto que meus passos não ressoavam diante de toda essa agonia. O ambiente escureceu subitamente, mas não de forma tão obscura e demente, mas sim de uma luz azul e fria, de neblinas cristalinas. A leve neve caía vagarosamente dos céus, enquanto que as crianças que ali brincavam se tornavam uma espécie de espectro das mesmas, quase como fantasmas com suas gargalhadas ecoando pelas estruturas. Um frio percorreu desde meus osso até minha alma enquanto que os vultos claros desapareciam na neblina. Nada poderia ser visto nos céus, nem mesmo a mais distante luz refletida da lua.
A escola tremeu num balançar para frente e para trás, numa alteração de ângulo do piso e de toda a construção como se esta estivesse toda fixada pelo forte chão de concreto. Corri até as grades congeladas e agarrei-me nelas com minhas mãos como se minha vida dependesse disso. A escola finalmente se reclinou suficientemente para frente e se dispôs a deslizar montanha a baixo, que aparentava ser completamente lisa. Neve jorrava pelos murros laterais e um nervosismo me rondava até o final da queda.
Em alta velocidade o fim me aguardava. Meu corpo estava sendo jogado para trás, mais como largado, enquanto que eu me segurava. O que apenas percebi perto do final foi um paredão de outra montanha congelada que se encontrava logo afrente. Contando os últimos segundos eu e a escola nos chocamos contra o paredão. Senti as barras de ferro a tocar em meu rosto com extrema força. Apenas a neve me recobriu antes de eu apagar por completo. Segundos me vieram com a sensação de estar totalmente apagado, sem perceber que talvez tenham se passado horas assim.
Então acordei, sentindo o leve frio da manhã de neblina com essa estranha memória da escola sob a qual eu já não estudava a tempos. Talvez tenha sido um local "sagrado"; um local onde eu acordei como um ser impuro. Que as memórias dos erros do passado me caçariam para sempre com aquela velha pergunta: "Se pudesse mudar algo de toda a sua vida, o faria?" E ao invés de eu responder aquele feliz não com todos os pensamentos limpos eu diria: -Sim, mudaria cada ato, desde o primeiro até o ultimo! - Pois diante do que eu presenciei nela eu vi por meus sonhos o que me criaram. Que mesmo vivenciando as coisas mais fantásticas ou realizando os feitos mais inacreditáveis ainda sim somos insignificantes. Que o nosso rancor nos persegue pela vida inteira com milhões de eternos ingratos.

Pois é, nem mesmo os sonhos mais marcantes e simples podem escapar de minha analise do que realmente são. O rancor me persegue desde o princípio, igualmente com toda a dor; eles apenas estavam disfarçados.
Talvez eu volte a contar mais...
...

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