Jovem Escritor
Por milhões de vezes fora contada a história.
Era uma vez um garoto.
Ele era só um garoto.
O pirralho acordou em mais uma manhã de domingo.
Muito sangue seria derramado até ele notar.
Sua veias eram comprimidas enquanto se levantava de sua velha cama.
Olhava para a janela a espera de um milagre, enquanto contemplava os pássaros.
Essas pequenas criaturas olhavam para ele em igualdade, mas o desprezavam.
Nada fez o garoto.
O jovem se preparou para levantar.
Noventa mil estalos foram soados quando o fez.
Seus ossos eram frágeis como o vento.
Seus pensamentos eram pífios.
Seus sentimentos eram armas que feriam a si mesmo.
Sentimentos tão fortes que chegavam a mover montanhas.
Que moviam as engrenagens do mundo.
Mas que emitiam grande radioatividade.
Alongou-se como uma serpente e soltou-se como uma formiga.
Arregalou os olhos como uma coruja.
Trocou de roupas vagarosamente.
Escolhera com cuidado suas roupas.
Vestiu o jeans azul e uma camiseta que lhe dava aparência de um mauricinho nerd.
Seu cabelo loiro era um troço.
Foste para o banheiro e enxugou seu rosto com leveza.
Olhou-se no espelho e avistou sua alma.
Estava podre e toda corrompida.
Apenas não conseguia ver seu coração, que se mantinha intacto.
O jovem pensou sobre sua fatídica vida.
Uma vida cheia de mordomias possuía.
Mas que nenhum sentido lhe circundava.
Não valorizava os objetos, mas sim as pessoas.
A matéria é temporária, mas a memória se torna eterna.
Assim então, correu até sua bolsa em busca de seu caderno e uma caneta.
Agarrou-os como se sua vida dependesse deles, e dependia.
Abriu-o em busca de alguma página em branco para escrevê-lo.
Com a caneta vermelha fez seu símbolos no caderno.
Escrituras em uma língua muito usada, mas pouco valorizada.
Estripando em suas frases todas as intolerâncias do mundo.
Tendo a intolerância sobre a intolerância.
Abrindo sua memória e convertendo em histórias gerais.
Espremendo para o papel as grandes idéias.
E mutilando as belas superfícies das folhas de papel em branco e bege.
Lançando a tinta vermelha da caneta como arrancas sangue das veias de alguém.
E era apenas uma vez... Em que o garoto realmente notou que já era hora...
Hora de viver...