Estive eu apenas sonhando por tanto tempo? Passando a maior parte do tempo meio confuso, pensando que está aprendendo. Quando eu finalmente acordo, percebo que... Todo aquele caos, todas aquelas alegrias... Tudo aquilo era real, mas não é o que realmente parece. Havia sempre algo obscuro por trás dos bons momentos e algo brilhante nos ruins.
Eu olho para trás e sinto vergonha de mim mesmo, não como um ser social por questões morais ou qualquer objeção social enquadrada, mas por mim mesmo como ser. Ninguém gosta de se sentir um tolo, mas as vezes acontece. Não no sentido de tolo na frente de outros ou por uma razão social, mas para mim mesmo.
Como pude eu não ter visto isso antes? Porque deixei isso acontecer? Porque estou dando as costas para essa minha falha e fingindo que nada aconteceu. E de fato, sou humano, como qualquer outro. Por eu não acreditar na existência de um deus, não significa que sou um ser esclarecido comigo mesmo. Até porque, religião e política nada tem a ver com o "Entender a si mesmo" ou "Ser o melhor de você mesmo". E eu realmente tento fazer estes dois últimos, e também gosto debater sobre os dois anteriores, apesar de não possuir um vasto conhecimento sobre a política.
E nós seguimos em frente, pensando o que pode acontecer em seguida, e pensando também, obviamente, no que aconteceu. Nossos livros internos parecem nunca acabar. Desde o momento em que nascemos até a morte... Parece uma eternidade! Mas enfim, este acaba depois que morremos, sobrando nada além de cinzas, paz e a eterna inexistência. Bem... Este seria o pensamento para aqueles que procuram uma resposta mais lógica e não religiosa.
E tenha em conta, nossos "livros internos" são mais extensos do pode-se imaginar. Mais do uma auto-biografia bem detalhada, esta conteria cada ação, cada pensamento e cada desejo que já sentiu em todos os momentos de sua vida, mesmo os menos interessantes até os mais intensos. E dividimos esse livro interno em partes pouco a pouco com outras pessoas. Deixamos marcas nelas, e elas em nós. Estes livros são as nossas imagens, nossos desejos mais obscuros; somos nós, em corpo e mente e cabe a nós executar o próximo capítulo, afinal de contas, somos livres, não somos? Não somos?
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